O amanhecer de domingo, 27 de janeiro de 2013, foi um dos mais tristes da história do Rio Grande. Os gaúchos acordavam perplexos com a notícia de que um incêndio havia causado a morte de dezenas de jovens algumas horas antes, em uma boate no centro de Santa Maria. As primeiras informações davam conta que de aproximadamente 40 pessoas haviam morrido, número que logo passou para 90, para mais de 100, e o resultado final foi aterrorizante: 242 mortos, na maior tragédia do Rio Grande do Sul. A grande maioria das vítimas eram jovens estudantes que não conseguiram sair da boate depois que um músico acendeu um sinalizador, que atingiu uma camada de espuma utilizada para isolar o som da casa noturna. Entre os mortos da tragédia dois jovens de Tucunduva e Tuparendi.
Letícia Baú
Letícia era natural de Tucunduva, filha de uma família tradicional no município. Estudou no colégio Bento Gonçalves, e cursava o 1º semestre do curso de tecnologia de alimentos na Universidade Federal de Santa Maria, e tinha apenas 18 anos de idade quando morreu.
Bruno Kraulich
Natural de Tuparendi, Bruno tinha 28 anos e era aluno da pós-graduação em agronomia na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Ele foi resgatado pelo personal trainer e ex-fisiculturista Ezequiel Lovato Corte Real, e a imagem de Ezequiel com Bruno nos braços correu o mundo. Antes de se tornar vítima, porém, salvou a vida de uma amiga. Quando a confusão começou, ele foi empurrando Bruna em direção à saída, até se perder dela, que desmaiou perto da porta e foi resgatada por um voluntário. “Se não fosse ele, eu teria caído no meio da multidão”, lembra a menina em relato a revista Veja. O jovem foi quem acabou ficando para trás, pisoteado pela avalanche de pessoas apavoradas que tentavam sair. O homem da família Kraulich, que tomou para si a responsabilidade de cuidar da mãe, da irmã e da sobrinha após a morte do pai, tinha o corpo bastante machucado quando a família foi fazer o reconhecimento.
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( Texto produzido originalmente pelo Jornal Sentinela em janeiro de 2015)