O Ministério da Saúde confirmou neste domingo (12) o primeiro caso de varíola dos macacos no Rio Grande do Sul. Trata-se de um homem, de 51 anos, que está em monitoramento desde o dia 27 de maio. O diagnóstico foi feito pelo Instituto Adolfo Lutz de São Paulo. Com isso, subiu para três o número de casos da doença no país.
Conforme o Ministério da Saúde, o paciente é um morador de Porto Alegre. Já a Secretaria Estadual da Saúde (SES) afirma que o homem é um turista que está em isolamento na Capital. De acordo com a SES, em nota publicada neste domingo, o homem procurou atendimento médico no último dia 19 e novamente no dia 23 de maio. A pasta informou que o paciente está evoluindo bem, segue em isolamento domiciliar junto de seus contatos e continua sendo monitorado pela SES.
“A Secretaria Estadual de Saúde segue em articulação direta com a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre e com Ministério da Saúde, por meio da Sala de Situação de Monkeypox e do CIEVS Nacional, para monitoramento do caso e rastreamento dos contados e informa que todas as medidas de contenção e controle foram adotadas desde a notificação”, diz a nota da SES.
Neste sábado (11), o governo de São Paulo confirmou o segundo caso de varíola dos macacos no Brasil. O paciente é um homem de 29 anos que viajou recentemente para a Europa e agora está isolado em sua casa, localizada em Vinhedo, no interior do Estado.
Estão em investigação seis casos suspeitos. Todos seguem em isolados e em monitoramento. Não há registros de mortes até o momento.
Tire suas dúvidas sobre a doença:
O que é varíola dos macacos?
A varíola dos macacos, ou ortopoxvirosis simia, é uma doença rara cujo patógeno pode ser transmitido do animal para o homem e vice-versa. Quando o vírus se propaga para o ser humano, é principalmente a partir de diversos animais selvagens, roedores ou primatas. A transmissão de um ser humano para outro é pequena, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Sintomas
Os sintomas são semelhantes, em menor escala, aos observados em pacientes antigos de varíola: febre, dor de cabeça, dores musculares e dorsais durante os primeiros cinco dias. Depois, aparecem erupções – no rosto, palmas das mãos e solas dos pés -, lesões, pústulas e finalmente crostas.
Origem
Esta doença foi identificada pela primeira vez em humanos em 1970 na República Democrática do Congo, em um menino de nove anos que vivia em uma região onde a varíola havia sido erradicada desde 1968.
Desde 1970, foram registrados casos humanos de ortopoxvirosis simia em 10 países africanos. No início de 2003, também foram confirmados casos nos Estados Unidos, os primeiros fora do continente africano. Até agora, existem mais de 200 casos confirmados ou suspeitos em cerca de 20 países onde o vírus não circulava anteriormente.
Agora, a doença chama atenção das autoridades de saúde do mundo inteiro por causa de casos registrados em países onde a varíola dos macacos não é endêmica. Portugal já registrou 20 casos, enquanto a Espanha relatou ao menos 30.
Como é transmitida?
A infecção nos casos iniciais se deve ao contato direto com sangue, fluidos corporais, lesões na pele ou membranas mucosas de animais infectados.
A transmissão secundária, de pessoa para pessoa, pode ser resultado do contato próximo com secreções infectadas das vias respiratórias, lesões na pele de uma pessoa infectada ou objetos recentemente contaminados com fluidos biológicos ou materiais das lesões de um paciente.
O Butantan ressalta que residentes e viajantes de países endêmicos devem evitar o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas). Devem também “abster-se de comer ou manusear caça selvagem”.
O período de incubação da varíola dos macacos costuma ser de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, conforme relato do Butantan. Por isso pessoas infectadas precisam ficar isoladas e em observação por 21 dias.
Qual a gravidade?
A varíola dos macacos geralmente se cura por conta própria, com sintomas que duram de 14 a 21 dias. Os casos graves ocorrem com mais frequência em crianças e estão relacionados à extensão da exposição ao vírus, ao estado de saúde do paciente e à gravidade das complicações.
Analisando as epidemias, a taxa de mortalidade apresentou grande variação, mas se manteve abaixo dos 10% em todos os casos documentados, principalmente em crianças pequenas. Estima-se que a cepa da África ocidental, que afetou países de outros continentes, tenha uma taxa de mortalidade em torno de 1%.
Fonte: GZH