No RS, entre o dia 21 e 28 de agosto se trabalha a Semana Estadual da Pessoa com Deficiência ,condição que atinge milhares de gaúchos nas suas mais diversas formas.
Hoje a pessoa com deficiência é portadora de direitos, realidade que não existia há décadas atrás onde as próprias famílias escondiam da sociedade seu familiar e este tinha uma vida de exclusão,isolamento e falta de cuidados,a vergonha de ter um familiar com deficiência era um grande tabu e uma vergonha perante a sociedade.
Na atualidade existem várias leis que amparam essas pessoas tornando suas vidas melhores e com um tratamento digno e amparado. Na vida social muitos estão inseridos, bem como no mercado de trabalho o que os tornam ativos profissionalmente e empreendedores, na educação então ensinados nas escolas e tem atividades elaboradas de acordo com suas condições de entendimento e compreensão.
Na Escola Yeté de Tuparendi há vários alunos com as mais diversas deficiências tanto física quanto intelectual, e todos são educados de acordo com suas especificidades médicas, aceitos e respeitados por todos, pois são sujeitos de direitos como qualquer outro aluno.
A lei hoje os ampara em concursos públicos e em vagas de empregos, a acessibilidade para estas pessoas transitar e frequentar espaços públicos também está sendo melhorada, Existe inclusão nos esportes paralímpicos onde várias modalidades de esporte são praticadas a nível estadual e mundial.
Diversos artistas com deficiências também se tornaram reconhecidos pelo seu trabalho, e superam as dificuldades mesmo contra as probabilidades, mostrando assim que, a força de vontade e a perseverança são necessárias para o sucesso e a superação .
A Escola Yeté tem trabalhado em um projeto que visa justamente conscientizar os aluno da necessidade de inclusão destas pessoas. Recentemente foi feito um convite a dois ex-alunos da escola e nesta oportunidade voltam para conversar sobre seus limites, que ainda encontra barreiras em nossa sociedade. Elisabete e o Marcos possuem deficiência física e falaram com os alunos sobre as dificuldades desta condição e também sobre a superação e perseverança frente às dificuldades impostas pelas limitações dos mesmos. Tanto a deficiência física do Marcos Alberto Orth quanto a visual da Elisabete Faleiro não os impediu de continuar a fazer atividades diárias e as que geram renda .Ambos os entrevistados relatam seu choque inicial com a sua nova condição física e que tiveram que aprender a conviver com suas novas restrições motoras.
Algumas perguntas foram realizadas pelos alunos aos entrevistados que responderam de coração aberto, sendo que duas frases tocaram profundamente os ouvintes;
Marcos diz;”Diferenças precisam ser respeitadas na sociedade.”
Elisabete diz;” Você não é incapaz ,você é diferente.”
Mesmo sabendo das diferenças que temos, ainda é difícil para algumas pessoas se colocarem no lugar. A acessibilidade no município de Tuparendi melhorou em alguns aspectos, mas ainda deixa muito a desejar e está em desacordo com muitas normas o que dificulta a locomoção dessas pessoas pela cidade e nos comércios. Numa caminhada pela cidade se percebe cadeiras no meio dos passeios, rampas de acesso a cadeirantes com muita inclinação, ou não há rampas, faixas elevada sem acesso aos passeios ou com obstáculos, árvores no meio das calçadas tracejadas, cerâmicas tracejadas em sentido contrário, passeios com grama, terra, pedras, enfim as dificuldade são inúmeras e são um risco para as pessoas que têm deficiências físicas ou visuais. Na área da saúde só elogios pois dizem que sempre foram atendidos com muita dignidade e respeito pelas equipes dos PSFs e no Hospital.
“A Escola Estadual de Educação Básica Yeté agradece a vocês por nos oportunizar conhecer um pouco do seu mundo”, acrescentou a Professora Simone Chaves Duarte, que coordena o Projeto inserido na Disciplina de Direitos Humano no Yeté.