O uso obrigatório da máscara para proteção contra a Covid-19 será reavaliado pelos gestores dos estados brasileiros. No Fórum dos Governadores, a discussão é pela flexibilização da medida após o Carnaval, a depender dos níveis de transmissibilidade, internações e mortalidade nas próximas semanas. A decisão só será tomada com base na avaliação de um comitê formado por técnicos e pesquisadores da área de saúde.
Comitês científicos dos estados e municípios se debruçam sobre o tema, com colaboração do setor privado. A estimativa é de uma resposta entre março e início de abril, como afirma o coordenador do Fórum de Governadores e gestor do Piauí, Wellington Dias (PT).
“A própria ciência já reconhece que há uma condição muito grande de, em algum momento, já a partir de março, abril, a gente iniciar no Brasil uma trégua do coronavírus. Assim, poder adotar medidas relacionadas à máscara, relacionadas a um conjunto de outros fatores. É claro que é no sentido, por exemplo, de ter como recomendação ao invés de ser medidas coercitivas, como é hoje.”
A possibilidade de flexibilização também leva em conta os níveis de vacinação. Por isso, os governadores trabalham para avançar nas campanhas, sobretudo para garantir que a população acima de 5 anos complete o esquema primário, e que a dose de reforço seja aplicada nos maiores de 18 anos e em adolescentes imunossuprimidos.
Atualmente, o Brasil tem 171,2 milhões de brasileiros com a primeira dose. Os que completaram o ciclo são aproximadamente 155 milhões de pessoas, o que representa 72% da população vacinável imunizada.
A meta dos governadores é vacinar completamente 80% do público-alvo até meados de março e aumentar o número de pessoas com a dose de reforço. “Ao avançar na vacina estamos observando que ela contribui para o controle do vírus”, destacou Dias. Outra ação adotada a fim de possibilitar uma revisão nas medidas de controle da disseminação da Covid é manter as restrições a festividades no Carnaval.
“Com muita responsabilidade, muita segurança, queremos manter regras de restrição ainda para o Carnaval, um sacrifício que vale a pena porque a gente garante as condições de não ter ambiente para ampliar a transmissibilidade ou para a chegada de novas variantes, enquanto a gente avança para essa meta de vacinação”, detalhou Dias.
A maioria dos estados cancelou as comemorações carnavalescas, acordo firmado entre os governadores na última reunião do fórum. A perspectiva é de que, após um carnaval sem grandes estímulos de aglomerações, o Brasil realize a transição de pandemia para endemia.
O rebaixamento do status é estudado pelo Ministério da Saúde. A análise deve ocorrer cerca de 15 dias após a festividade, quando será possível observar se as restrições foram suficientes para não proporcionar um aumento de casos.
Assim como considerada pelos estados, a ação ministerial para rebaixar a Covid-19 a uma endemia leva em conta parâmetros técnicos oficiais internacionais. A indicação de uma flexibilização nas medidas de segurança, incluindo o fim do uso obrigatório de máscaras, pode vir do próprio ministério, mas caberá aos gestores estaduais e municipais decidirem a regras em cada local.
Fonte: Correio Do Povo